quinta-feira, 19 de abril de 2012

Vítor Gaspar em Wall Street para defender sucesso do ajustamento português

A ronda de contactos na capital mundial dos mercados financeiros, que se prolonga até sexta-feira, inclui os grandes bancos de investimentos internacionais, como Goldman Sachs, Bank of America, Merrill Lynch e JPMorgan.

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, inicia hoje uma "ofensiva" junto de bancos de investimento e 'hedge funds' em Wall Street, Nova Iorque, para advogar o sucesso do programa de ajustamento financeiro, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

A ronda de contactos na capital mundial dos mercados financeiros, que se prolonga até sexta-feira, inclui os grandes bancos de investimentos internacionais, como Goldman Sachs, Bank of America, Merrill Lynch e JPMorgan, adiantou a mesma fonte.

Tradicionalmente "mais cépticos" em relação à situação de Portugal e de outros países europeus, também alguns 'hedge funds', caso da Capital Advisors, vão ouvir e questionar o ministro português, que chegou esta semana a Washington para participar nas reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional - Banco Mundial.

Com três revisões concluídas, e de modo geral favoráveis, ao abrigo do programa de ajuda externa, o ministro das Finanças considerou que este era o momento certo, estando na posse de "dados concretos", para "explicar o caso português" junto de Wall Street.

Uma melhor aceitação pelos mercados pode conduzir a uma redução da pressão dos agentes financeiros internacionais, a poucos meses da data de 23 de Setembro do próximo ano, quando o país tem previsto o regresso aos mercados financeiros.

Segundo a mesma fonte, o ministro irá colocar particular ênfase nos dados das exportações, cuja subida demonstra uma "boa reacção da economia portuguesa" a uma conjuntura económica interna difícil.

Contactado hoje pela Lusa, o gabinete de imprensa do ministro das Finanças afirmou que a agenda nos Estados Unidos prevê encontros com "várias instituições financeiras", tanto em Nova Iorque como em Washington, escusando-se a identificar quais.

Reuniões como as que decorrem esta semana em Washington, onde estão concentrados os principais agentes da finança internacional, são uma oportunidade para bilaterais, adiantou a mesma fonte.

Em termos de contacto com a imprensa internacional, Vítor Gaspar deverá ainda fazer declarações à agência Bloomberg e ao New York Times.

Intervindo quarta-feira numa mesa redonda nas reuniões de primavera do FMI, o ministro reforçou, citado pela Bloomberg, a ideia de que o programa de ajuda externa a Portugal tem o apoio geral da população, além de condições para que o país saneie as suas finanças públicas e volte a crescer.

Não se referiu à necessidade de reforçar os fundos disponíveis ou prolongar o programa, o que vem sendo cada vez mais apontado como necessidade.

Defendeu ainda, tal como tinha feito durante a sua última passagem por Washington, que o exemplo recente de Portugal, em particular do anterior executivo, demonstra que as políticas orçamentais expansionistas conduzem a maiores défices orçamentais.

Em Nova Iorque, o ministro das Finanças estará acompanhado pela secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, pelo seu chefe de gabinete e também pelo embaixador em Washington, Nuno Brito.

O ministro regressa sexta-feira a Washington, onde terá depois encontros com os principais responsáveis do FMI, tal como Christine Lagarde, a directora-geral, e Olivier Blanchard, principal economista.

O principal ponto das discussões, segundo a fonte ouvida pela Lusa, será a próxima revisão do programa de ajuda externa, a ter lugar em maio, embora deva também haver sondagens "ao tema da extensão" do financiamento internacional, em termos de prazo ou de montantes.

Sobre o assunto das conversas com o FMI, o gabinete de imprensa do ministro escusou-se a fazer qualquer comentário.

Além dos encontros, Gaspar participa no domingo numa conferência organizada pelo Institute of International Finances, sobre "Desafios na Resolução da Crise da Dívida Soberana em Economias Maduras".

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