Segundo a deputada Conceição Caldeira, independentemente da demagogia de algumas forças políticas que exploram compreensíveis receios e sentimentos da população, nenhum responsável ou especialista sério põe em causa o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa.
No debate sobre o encerramento da MAC, a social-democrata desmontou as várias falácias criadas pelos partidos da esquerda parlamentar. “Com efeito, mesmo o Bloco de Esquerda reconhece que aquela Maternidade deve fechar quando entrar em funcionamento o Hospital de Todos-os-Santos. Como é possível, sabendo-se que o Programa Funcional do novo Hospital de Todos-os-Santos prevê a realização de 3000 partos anuais, pretender fazer para lá migrar a Maternidade Alfredo da Costa, que presentemente faz mais de 5000 partos por ano. Seria, como diz o povo, «meter o Rossio na Betesga»”.
“Daqui também um primeiro corolário: não sendo possível transferir a MAC, no seu conjunto, para o Hospital de Todos-os-Santos, não é sério defender que tudo lá deve continuar até à abertura desse novo hospital. Neste quadro, é no mínimo incoerente o Projeto de Resolução que o PS agora apresentou, quando não assume que o seu Governo já projetava o encerramento da MAC e defende a ideia falaciosa de que é possível «a transferência do conjunto das equipas e dos seus profissionais para o projetado Hospital de Todos os Santos». Outra questão tem a ver com o novo Hospital em Loures, relativamente ao qual nenhum partido se opôs ou defendeu que não deveria ter serviço de maternidade. Assim sendo, e considerando que se prevê para ali a realização de cerca de 2500 partos anuais, forçoso é concluir que eles deverão sair de outras unidades de saúde da região de Lisboa. Acontece que, se o Santa Maria perder, como se prevê, 1500 partos a favor de Loures, verá os seus partos reduzidos para apenas 1200, menos 300 do que a produção mínima recomendada, o que determinaria a perda da valência de maternidade, facto especialmente grave por se tratar de um hospital universitário. E se tal porventura acontecesse, coisa que o Governo obviamente nunca permitirá, então lá teríamos outra vez os agitadores e carpideiras de serviço a clamar contra o encerramento da Maternidade do Santa Maria”.
De acordo co Conceição Caldeira “à demagogia das esquerdas, pouco interessa o facto de o edifício da MAC sofrer de graves problemas estruturais e carecer de avultados investimentos ou o facto de ser um serviço de saúde monovalente, portanto ultrapassado em termos de política de cuidados materno-infantis. Que interessa à esquerda que as urgências na MAC tenham de contar com médicos externos ou que os bebés tenham de ser transferidos para o Hospital de D.ª Estefânia a fim de realizar uma TAC ou uma ressonância magnética ou de serem operados? Que interessa ainda à esquerda que as nove maternidades públicas da grande Lisboa tenham uma capacidade para 28 mil partos e só realizem 21 mil”.
“Ao contrário do que alguns irresponsavelmente pretendem fazer crer, o Governo não vai fechar a Maternidade Alfredo da Costa de qualquer maneira. O Governo está a preparar a revisão da Carta Hospitalar do País que irá seguramente trazer uma maior equidade territorial e reduzir os custos do SNS por via do combate ao desperdício e da melhoria da eficiência da gestão hospitalar.
Como sempre, os Portugueses saberão separar o trigo do joio, resistindo aos cantos de sereia e aos falsos apóstolos dos amanhãs que cantam, e confiando num Ministro que está a fazer um trabalho difícil mas indispensável para salvar o Serviço Nacional de Saúde”.
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