sábado, 6 de outubro de 2012

Juros a dois anos afundam e negoceiam abaixo dos 4%

As "yields" das obrigações portuguesas acentuaram a queda e afundam mais de 40 pontos base. No prazo a dois anos, os juros estão a negociar em mínimos de Março de 2011, abaixo dos 4%.

A taxa implícita das obrigações a dois anos está a descer 42,2 pontos base para 3,997%, tendo tocado nos 3,963%, quebrando a fasquia dos 4% pela primeira vez desde Março de 2011, altura em que Portugal accionou o pedido de intervenção externa.

A tendência é geral entre os vários prazos. A “yield” das obrigações a cinco anos está a descer 64,8 pontos para 6,099% e a taxa a 10 anos recua 40,4 pontos para 8,268%.

As “yields” das obrigações acentuaram a tendência de queda, que verificavam desde o início de sessão, numa reacção dos investidores após dados económicos divulgados nos EUA. Os investidores estão a aliviar a pressão sobre os mercados, levando as bolsas europeias a subirem mais de 1% e os juros a caírem.

No caso português, este é o terceiro dia consecutivo de quedas, com as “yields” a beneficiarem da operação de troca de dívida realizada esta semana, o que permitiu que Portugal adiasse o pagamento de parte de um empréstimo de 9,6 mil milhões de euros que vencia em Setembro do próximo ano. O ministro das Finanças considerou esta operação “um sucesso”, sublinhando que o seu resultado era “sinal claro de normalização do mercado secundário de Portugal."

Os analistas consultados pelo Negócios antecipam, após esta operação, um forte alívio nos juros cobrados ao País, o que se tem confirmado nos últimos dias.

Os juros caem também um dia depois do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ter elogiado o progresso "significativo, muito, muito significativo" do programa de Portugal.

As palavras de Mario Draghi foram proferidas um dia depois do Governo português ter apresentado novas medidas de austeridade que vão vigorar em 2013. Entre as medidas está o aumento de impostos, através de alterações nos escalões de IRS, tabaco e bens de luxo, alterações no IMI e uma sobretaxa sobre os rendimentos dos contribuintes. Medidas que têm como objectivo ajudar o País a atingir as metas acordadas com a troika.

Fonte: Jornal de Negócios

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