
Miguel Paiva, 39 anos,líder do PSD de Vila do Conde completou recentemente um ano de liderança partidária.Confiante em levar o partido ao rumo certo, o Presidente da Comissão Política do PSD de Vila mostra-se empenhado em fortalecer cada vez mais a máquina socialdemocrata no concelho.
No que concerne, às eleições autárquicas de 2013, só a vitória interessaao PSD. Quanto à eventualidade de ser o candidato do partido, adianta: “entendo que o PSD deve escolher a personalidade que, pelas suas qualidades pessoais e políticas, garanta melhores condições de lutar pela vitória. Neste momento, e no meu caso pessoal, será sempreuma decisão difícil, pois tenho uma carreira profissional que me
realiza imenso e da qual teria de abdicar”.
Terras do Ave: Que balanço faz deste
primeiro ano de mandato como Presidente
da Comissão Política Concelhia
do PSD de Vila do Conde?
Miguel Paiva: – Somos sempre suspeitos
quando avaliamos o nosso próprio
trabalho. Contudo, e olhando ao
feedback que tenho recebido, o balanço
é muito positivo. O PSD cresceu, com
a adesão de novos militantes, e está
bastante mais próximo dos vilacondenses.
O trabalho que estamos a fazer,
seja no campo da discussão de ideias e
soluções para o futuro, com o ciclo de
palestras “Pensar em Vila do Conde”,
seja na dinamização da vida partidária
está a dar bons resultados.
T.A Esta é uma casa que conhece
bem, já que liderou o partido em
mandatos anteriores. Este regresso
à liderança do PSD tem correspondido
às suas expectativas?
MP – Na primeira vez que cheguei
à liderança do partido tinha 28 anos
e era bastante menos conhecido dos
vilacondenses do que sou hoje, pelo
que a expectativa das pessoas era diferente.
Hoje, com mais 10 anos, com
outra experiência de vida e sendo um
conhecedor profundo dos dossiers da
governação do concelho, sei que gero
uma expectativa mais elevada junto
dos vilacondenses. Essa responsabilidade
tem-me estimulado muito e,
por isso, as coisas estão a acontecer de
acordo com o que eu previa.
T.A Como avalia o trabalho desenvolvido
pelo seu antecessor, Pedro
Brás Marques, à frente do partido?
MP – Apesar dos resultados, sei que
se dedicou de corpo e alma ao partido
e a Vila do Conde.
T.A A derrota do PSD nas últimas
autárquicas já está esquecida?
MP – As derrotas deixam sempre
algumas marcas e, por isso, levam algum
tempo a digerir. Apesar disso, o
PSD vai apresentar-se às próximas
eleições autárquicas com o objectivo
de as vencer. Do passado não retiramos
mais do que alguns ensinamentos
quanto ao que é necessário corrigir
para futuro. No PSD não temos o hábito
de desanimar ou esmorecer perante as
adversidades.
T.A Ganhar as eleições autárquicas
em 2013 é o grande propósito do
PSD?
MP – Neste momento, não só é o
grande propósito, como o único objectivo
do trabalho da actual equipa
dirigente do partido.
T.A Qual é a estratégia que o partido
vai seguir para se aproximar do
eleitorado e vencer o escrutínio em
2013?
MP – O PSD precisa de mostrar aos
vilacondenses que tem uma equipa
de pessoas capazes de gerir bem este
concelho, de garantir um desenvolvimento
mais equilibrado entre a sede e
as freguesias e que crie uma dinâmica
nova que potencie a criação de emprego
e a coesão social. Como dizia há dias
o Dr. Pacheco Ferreira, no futuro mais
próximo, os principais problemas que
os políticos devem saber responder
serão de ordem social como o elevado
desemprego e a escassez de apoios para
jovens e idosos. Estamos plenamente
convencidos destas prioridades e a
preparar um projecto que responda
a estas questões. Queremos captar
as energias positivas que existem na
sociedade e apontaremos soluções
que criem novas oportunidades e um
enorme capital de esperança nos vilacondenses.
Para além disso, temos de nos apresentar
de forma aberta e tolerante aos
vilacondenses, gerando empatia e uma
ligação afectiva às pessoas. Nestes tempos
difíceis, todos estamos carentes de
atenção e as pessoas esperam isso dos
autarcas, que são os agentes políticos
mais próximos.
T.A Ao nível das freguesias que trabalho
está a ser realizado para o PSD
ganhar mais força política?
MP – Estamos a dinamizar o trabalho
partidário nas 30 freguesias, com
visitas a instituições, contacto directo
com as populações ou iniciativas
de convívio, sempre com o intuito de
reforçar o nosso conhecimento das situações
específicas de cada uma delas
e estimular as nossas equipas locais.
Ao fim de um ano já fizemos bastante
trabalho e nos próximos meses vamos
acelerar o ritmo.
T.A Tem sido bastante falada a hipótese
de Miguel Paiva ser o candidato
à Presidência da Câmara. Está
disponível para isso?
MP – Quem me conhece bem sabe
que sou um bairrista inveterado em relação
à minha terra e que estou sempre
disponível para servir Vila do Conde.
Aquando da minha primeira passagem
pela liderança do partido essa
questão também se colocou e a minha
posição foi muito clara: entendo que
o PSD deve escolher a personalidade
que, pelas suas qualidades pessoais e
políticas, garanta melhores condições
de lutar pela vitória. Neste momento, e
no meu caso pessoal, será sempre uma
decisão difícil, pois tenho uma carreira
profissional que me realiza imenso e
da qual teria de abdicar. Felizmente,
temos várias opções de escolha, mas
não excluo nada pois ainda é muito
cedo para se tomarem decisões.
T.A Então quando se irá colocar essa
questão?
MP – Esse será um dos principais
encargos da Comissão Política a ser
eleita em Janeiro de 2012.
T.A E nessa altura, pensa candidatar-
se a novo mandato na liderança
do partido?
MP – Em princípio é essa a minha
intenção, contudo terei de avaliar as
condições políticas existentes nesse
momento para garantir que valha a
pena. As próximas eleições autárquicas
são tão importantes e decisivas que
terá de haver um grande consenso
interno e um forte sentido de responsabilidade
dos militantes. Estamos a
criar as condições para que todos se
envolvam no projecto do partido e
acredito que as pessoas estão a compreender
e irão colaborar.
T.A Como analisa a liderança de
Carlos Laranja à frente do Partido
Socialista?
MP – Por uma questão de elegância,
não gosto de comentar a vida interna
dos nossos adversários.
T.A Artur Bonfim preside ao CDS/PP
de Vila do Conde. Como classifica a
actuação política do líder popular?
MP – Enquanto Presidente do PSD
sempre mantive excelentes relações
com os líderes locais do CDS-PP. Foi
assim com Afonso Ferreira, uma pessoa
extraordinária que muito respeito e
tem sido assim com Artur do Bonfim,
que conheço há muitos anos e por
quem tenho grande estima e consideração.
T.A Perfila-se uma coligação partidária
entre o PSD e o CDS-PP em
2013?
MP – Como referi atrás, a actual
Comissão Política do PSD de Vila do
Conde só tem mandato até Janeiro
de 2012. Se me mantiver na liderança
do partido no próximo mandato irei
discutir essa possibilidade com o CDSPP.
Como sabe, para se dançar o tango
é necessário conjugar a vontade de
duas partes...
T.A Em relação ao executivo municipal,
como vê o desempenho da
maioria socialista, que apresentou um
orçamento que ronda os 77 milhões
de euros para o corrente ano?
MP – Não podemos deixar-nos impressionar
por esse tipo de números,
até porque os orçamentos da Câmara
nunca são cumpridos. Mais do que as
ilusões de um orçamento, importa
constatar que Vila do Conde tem um
nível de desemprego que é quase o
dobro da média do país, que tem índices
de escolaridade abaixo da média
do distrito do Porto, que tem fracas
infra-estruturas básicas e uma rede
viária que não responde às necessidades
actuais. Com tudo isto constata-se
que ficou muito por fazer depois de 36
anos de gestão socialista. Apesar destas
falhas graves, não tenho a visão de que
esteja tudo mal, pelo que o importante
é conhecer a realidade que temos e
apresentar ideias sobre o que se pode
fazer para potenciar o desenvolvimento
do concelho no futuro.
T.A Como líder do PSD, qual é a situação
que o preocupa mais neste
momento em Vila do Conde?
MP – Sem dúvidas que é o desemprego
e as consequências sociais do
desânimo e, em alguns casos, desespero
porque passam muitas famílias.
Quando a subsistência das pessoas
está em causa os problemas multiplicam-
se, desde a insegurança, as
questões financeiras, os problemas
escolares, a falta de auto-estima, enfim,
a sociedade ressente-se disso com um
todo. Estamos empenhados em dar o
nosso contributo e encontrar soluções,
mas sabemos que esta é uma luta que
requer o empenho e a colaboração
de todos.
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