Arménio Santos declarou, esta quarta-feira, que Portugal e os Portugueses vivem tempos muito difíceis, por razões internas e por razões externas. Por razões internas, acrescenta o deputado, “em virtude das políticas erradas e irrealistas, que foram seguidas, não obstante os muitos alertas para se mudar de rumo, em ordem a evitar-se a situação em que nos encontramos”. “Por razões externas, que agravam as nossas vulnerabilidades, em virtude da União Europeia também não ter revelado a determinação e a coesão necessárias para enfrentar com solidez os problemas da zona euro”.
Segundo o parlamentar, em resultado desta crise foi necessário definir e aplicar um conjunto de medidas de austeridade que são incontornáveis e que exigem coragem para as implementar. O social-democrata frisou que a não aplicação destas medidas significaria um agravar dos problemas que existem e as consequências seriam ainda mais dolorosas para todos. “As políticas difíceis que hoje temos de suportar, foram reconhecidas e negociadas pela anterior governação socialista, e são consequência das suas opções erradas”.
Relativamente ao desemprego, Arménio Santos frisou que não é de hoje nem é da responsabilidade do actual Governo. “Os números são públicos, afectam de um modo geral todos os sectores de actividade, ambos os sexos e todas as idades. Os jovens, porém, são os mais atingidos. Mesmo aqueles que obtiveram uma licenciatura na esperança de um futuro melhor, à custa de muito esforço e dedicação pessoais e à custa de muitos recursos financeiros, públicos ou familiares, são vítimas do desemprego e são forçados a emigrarem. Ao fazermos estas referências, queremos significar que o PSD tem bem presente que o desemprego é um problema muito sério e grave, em termos familiares, sociais e económicos”.
“Só se cria emprego com as empresas e a economia a funcionarem em bom ritmo, e não por decreto. O Governo está a trabalhar nesse sentido. Está a envolver os Parceiros Sociais num diálogo social novo e estruturado, porque nunca como hoje foi tão necessário concertar posições e políticas entre o Governo e os representantes dos trabalhadores e dos empresários. Este diálogo é indispensável, para gerar um clima de confiança e de convergência, ainda que todos saibamos quão difícil é chegar-se a Acordos num contexto de austeridade como o que vivemos. Está a combater a burocracia, com acções concretas e não apenas com palavras, em ordem a que burocratas sem rosto não empatem por anos a fio ou afastem mesmo projectos de investimento, tão necessários ao desenvolvimento do País à criação de riqueza e de emprego. Está a reprogramar o QREN, orientando os seus recursos para melhorar a competitividade das nossas empresas. Está a reforçar o Ensino Profissional, o Empreendedorismo e a Inovação. Está a adequar as leis do Trabalho, nos termos do Memorando de Entendimento, em diálogo com os Parceiros Sociais, em sede de Concertação Social, e também aqui no Parlamento. Está a tornar Portugal mais atractivo e mais amigo do investimento, sem o qual não há crescimento económico. Ou seja, está-se a preparar o País para ultrapassar as actuais dificuldades e iniciar um novo ciclo de desenvolvimento, fundamental para gerar riqueza, salvar o Estado Social e criar emprego sustentado”.
A encerrar a sua intervenção, Arménio Santos enfatizou que “os portugueses querem sinais fortes, que lhes devolvam a esperança e a confiança, e não entenderiam que os seus representantes políticos nesta Casa, especialmente os três partidos que assinaram o Memorando de Entendimento, optassem por uma postura confrontativa em vez de um diálogo sério e construtivo”. “O Governo está a trabalhar nesse caminho, com coragem e sentido patriótico e tem o apoio do PSD. Acreditamos que as restantes bancadas também estarão à altura da gravidade dos problemas com que Portugal se confronta”.
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