quarta-feira, 12 de outubro de 2011

“Defender um SNS de qualidade e universal é defender a sua sustentabilidade a longo prazo”

Durante uma interpelação ao Governo sobre a política de saúde, Nuno Reis começou por recordar que, apesar de nas últimas quatro décadas Portugal ter progredido muito em recursos e resultados na Saúde, muito ainda há a fazer, designadamente ao nível dos cuidados de saúde primários, em que 1.800.000 portugueses não têm acesso a médico de família.

De seguida, o social-democrata recordou que entre 2005 e 2011 “a despesa do SNS descontrolou-se, aumentando de 5 mil milhões para 9 mil e quinhentos milhões de euros, ou seja praticamente o dobro, isto, num período em que a riqueza nacional quase estagnou”. Na opinião do parlamentar, “defender um SNS de qualidade e universal é defender a sua sustentabilidade a longo prazo, e querer que cada cêntimo gasto não signifique um desperdício mas um ganho em saúde pública”.

Nuno Reis afirmou, ainda, que este debate será fundamental para perceber a estratégia do novo PS quanto à política de saúde. “Quem governou nos últimos seis anos, foi responsável pelo maior descontrolo financeiro neste sector e até negociou medidas que no âmbito do Programa de Assistência Financeira a Portugal estão a ser implementadas, não poderá agora, com a candura de quem pretende nada ter a ver com o passado ou com o futuro próximo, chamar de cortes cegos medidas necessárias para defender o futuro do SNS”. “O debate de hoje deixará perceber se este novo PS está disposto a participar de forma séria numa reforma da saúde que garanta a universalidade, qualidade e sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde ou se, pelo contrário, alinhará pelo diapasão daqueles a quem Camões apelidou um dia de Velhos do Restelo e que, por nunca nada ousarem fazer, se arriscam a ser os principais coveiros do que afirmam querer defender”.

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