Na sequência das comemorações do centésimo primeiro aniversário da implantação da República, Luís Campos Ferreira lembrou que “a ética republicana é hoje, e mais do que nunca, um imperativo de todos quantos exercem funções públicas”. “A responsabilização pelos actos de governo, de gestão e de administração da coisa pública é condição sine qua non desse exercício. Os valores da República não são dados adquiridos. Têm que ser cumpridos no dia-a-dia, para que a própria República se cumpra”.
De seguida, o social-democrata referiu-se ao momento de grande complexidade e ansiedade que se vive na Europa. Na sua opinião, “a Europa tem que se renovar, tem que dar um sinal inequívoco, para dentro e para fora, do tipo de União que quer efectivamente ser”.
“É necessário vivermos uma Europa mais positiva, construtiva e criativa. Uma Europa que faz das suas diferenças a sua maior força e a sua união. Para nós, a posição que defendemos é clara. A União Europeia não é uma mera soma de países, não se esgota em dinâmicas intergovernamentais, nem tampouco se reduz à união monetária. Terá de criar novos mecanismos e de implementar novas reformas. Assim, a Europa poderá dar uma resposta à crise, uma resposta aos europeus e uma resposta ao mundo”.
Referindo-se à situação de Portugal, o Presidente da Comissão de Economia e das Obras Públicas enfatizou que mais importante do que discutir como chegámos até aqui, o que importa verdadeiramente é como vamos sair daqui. “O Governo encontra-se na difícil posição de quem tem de apagar os fogos e, ao mesmo tempo, plantar as árvores. Tem de combater o défice e equilibrar as contas públicas. Mas, ao mesmo tempo, tem que criar os mecanismos que contrariem os efeitos recessivos dessas medidas: apoiando os cidadãos mais afectados pela crise, impulsionando a economia real, ajudando as empresas a criar riqueza e a criar emprego. Apesar de todas as dificuldades e da dureza do caminho, os portugueses estão a dar um claro sinal à Europa e ao mundo de que são capazes de honrar os seus compromissos, de cumprir os seus objectivos e que estão à altura dos desafios e das circunstâncias”.
Luís Campos Ferreira recordou que estão a ser implementadas reformas na administração central, na administração local e territorial, nas finanças públicas, na educação, no Serviço Nacional de Saúde, na justiça, na segurança social, nos transportes, no mercado laboral, na segurança e na economia. “Todo este impulso reformista não se faz contra as pessoas mas sim a favor das pessoas”, acrescentou.
Contudo, o social-democrata recordou que este é um desafio que compete também aos partidos da oposição, especialmente ao principal partido da oposição que negociou o memorando de entendimento com a troika. “O PS não pode falhar a história. Tem que estar presente, não se pode alhear nem bandear para o lado mais fácil - que é o lado do oportunismo e do calculismo partidário. Deve ter a coragem de participar nas reformas inadiáveis para o País. Tem que ser solidário com a República quando se trata de recuperar a credibilidade internacional, tal como o PSD o fez em momentos bem recentes. E à porta está um grande teste: o Orçamento de Estado para 2012”.
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