Pedro Saraiva anunciou, esta quarta-feira, que o Grupo Parlamentar do PSD vai propor a criação de um Grupo de Trabalho na Comissão de Economia e Obras Públicas, com a missão de congregar as sugestões de todos os Partidos, e da sociedade em geral, no sentido de vir a apresentar um Projecto de Lei de Bases da Qualidade, Inovação e Empreendedorismo para Portugal. Segundo o social-democrata, pretende-se que este documento possa vir a ser “tão consensual quanto norteador dos comportamentos, prioridades e alinhamentos nestes domínios”.
Numa Declaração Política, na Assembleia da República, o social-democrata começou por recordar que chegámos a uma “situação de emergência que o Orçamento de Estado para 2012 tem a coragem de enfrentar”. “Sem rodeios ou falsos pressupostos. Com sacrifícios, muitos sacrifícios mas que são indispensáveis para cumprir os objectivos traçados, recuperar a credibilidade perdida e retirar Portugal, já em 2013, da cauda mundial de definhamento económico onde nos encontramos há mais de uma década”.
“A linguagem das fábulas ajuda-nos a perceber como se chegou até aqui. Em Portugal houve quem se comportasse como a avestruz, escamoteando a realidade. E como o camaleão, mudando as colorações do nosso retrato colectivo consoante as circunstâncias ou as conveniências. Mas seguiu-se sobretudo o comportamento da cigarra indigente de “La Fontaine”, levado até às últimas consequências. Devemos portanto obrigar-nos a efectuar mudanças profundas de atitude. Mais do mesmo não nos conduzirá ao imprescindível ponto de inflexão. Urge portanto adoptar, enquanto vias alternativas, situadas na mesma linguagem metafórica, a visão da águia, a energia de um dragão, mas igualmente a força do leão e a postura briosa de formiga”.
Assim, munidos destas novas posturas, Pedro Saraiva entende que “temos colectivamente um trabalho colossal pela frente, que não se esgota no Orçamento de Estado, a ser discutido em detalhe nas próximas semanas”. “Além do equilíbrio das contas públicas, e da redução do endividamento, é crucial relançar a competitividade. Algo que só será possível com profundas mudanças de paradigma e significativas alterações estruturais”.
O social-democrata concluiu a sua intervenção frisando que “é verdadeiramente esta a hora de congregar vontades, energias e competências. A hora de cumprir Portugal. A hora de dissipar o nevoeiro que nos circunda. A hora de reconstruir um caminho sustentável, assente na qualidade, inovação e empreendedorismo”.
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