sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

“Acreditamos que é possível inverter esta tendência, arrumar a casa e crescer de novo”

Em mais um debate quinzenal com o Primeiro-Ministro, desta vez sobre as Reformas na Administração Central e no setor empresarial do Estado, Luís Montenegro afirmou que seira hilariante, se não fosse trágico, ver e ouvir o líder da oposição pedir resultados em matéria de emprego a um Governo que tem 8 meses de funções face ao que foi o seu resultado nos 6 anos anteriores. Na sequência de uma afirmação dos socialistas, de que o país tem falta de crédito, o líder parlamentar do PSD declarou que vê, pelo menos, dois problemas de crédito: um que advém da responsabilidade da anterior governação socialistas, outro está no PS e na sua falta de crédito perante os portugueses.

Quanto à questão do desemprego, o social-democrata reconheceu que estamos perante um flagelo social em que o país vive há vários anos, mesmo quando ainda existia crescimento económico no país. O parlamentar frisou que todos sabíamos que o impacto da crise financeira e do ajustamento que Portugal tinha de fazer traria problemas ao nível da taxa de emprego. Contudo, acrescenta, porque vivemos um tempo de grande exigência, existem duas formas de olhar para esta questão: a primeira protagonizada por aqueles que se concentram em lamentações e por aqueles que fazem lembrar outros que prometiam criar 150 mil postos trabalhos mas que, em apenas 4 anos, criaram sim 150 mil desempregados; a outra forma, a que tem vindo a ser seguida pelo Governo e que é a dos que acreditam que não podemos falhar neste objetivo de ajustar o país, criar crescimento económico e criar emprego. Luís Montenegro adiantou, ainda, que se trata de um caminho que quer trazer resultados estruturais, um caminho que assume a verdade e que assume que da mesma forma que o desemprego não atingiu 14% de um dia para o outro também tem a consciência de que não vai descer de um dia para o outro. “Se é verdade que o nível de desemprego é hoje uma calamidade social, também é verdade que nós entendemos que não é uma fatalidade aquela que o país vive de não ter capacidade para enfrentar e vencer este desafio. Nós acreditamos no inverter desta tendência, para arrumar a casa e para crescer de novo. Entre a atitude dos precipitados, que estão sempre preocupados com o jornal da manhã seguinte, e a atitude dos estadistas que pensam, agem e trabalham com um horizonte das futuras gerações, nós queremos que o Primeiro-Ministro continue a alinhar por esta segunda forma. É mais difícil, é mais impopular, é também mais invulgar mas é aquela que verdadeiramente serve o futuro do país”.

Recentrando-se no tema do debate, o social-democrata mostrou-se consciência de que o ponto de partida não é brilhante pois ao longo dos anos foram-nos prometidas muitas reformas que não foram concretizadas. Assim, o deputado considera importante realçar a forma como o Governo tem conduzido esta matéria e que crê que desta vez o resultado vai ser diferente. O líder parlamentar do PSD enumerou, de seguida, algumas das reformas já tomadas pelo Governo e que demonstram o empenho do Executivo: reduziram-se custos e despesas na administração pública, foram eliminadas muitas estruturas e organismos, reduziram-se 38% das estruturas orgânicas do Estado, reduziu-se, em cerca de 30%, o número de cargos dirigentes, aprovou-se o novo estatuto do Gestor Público, aprovou-se uma nova Lei-Quadro dos Institutos Públicos e o esforço de redução ao nível dos gabinetes ministeriais. “Esta revolução silenciosa na administração pública a que se junta a reforma e a restruturação do sector empresarial do Estado, pode conduzir-nos àquele que foi sempre o nosso desígnio: é possível o Estado continuar a prestar os mesmos serviços, com mais eficiência e gastando menos recursos. Isto sim é reformar de uma forma estrutural”.

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