O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, reiterou hoje que não espera adoptar "medidas adicionais" de austeridade, mas advertiu que não tem "nenhuma bola de cristal" e que nunca poderá excluir totalmente essa hipótese.
Pedro Passos Coelho fez estas declarações na sede nacional do PSD, em Lisboa, depois de formalizar a sua recandidatura à liderança deste partido.
Questionado se não haverá mais austeridade em Portugal, o primeiro-ministro respondeu: "Eu espero bem que não. Não tenho nenhuma bola de cristal. Como presidente do PSD ou como primeiro-ministro não me anuncio como um profeta".
"O que posso é dizer aos portugueses que não temos, como referi ainda há poucos dias, nenhum elemento que nos leve a concluir que será necessário reajustar de tal forma o cenário macroeconómico, as perspectivas de desenvolvimento ao longo deste ano em Portugal, que isso tenha de conduzir à adopção de medidas novas que, de alguma forma, corrijam esse desempenho", completou.
A este propósito, o primeiro-ministro remeteu para "o resultado da avaliação da 'troika'" hoje divulgado que, disse, "elogia o desempenho do Governo português e não refere nenhuma necessidade de adopção de medidas adicionais".
Ainda quanto a eventuais novas medidas de austeridade, Passos Coelho acrescentou que "elas existirão se forem indispensáveis, e só se forem indispensáveis", frisando ao mesmo tempo que "não há nenhum elemento, nesta altura", que aponte para essa possibilidade.
"O que significa, portanto, que qualquer senhor jornalista que queira fazer uma 'cacha', seja num jornal, seja numa televisão, a dizer 'primeiro-ministro não afasta a necessidade de novas medidas', basta fazer a pergunta. Pode receber essa notícia todos os dias, porque nenhum primeiro-ministro responsável diz 'eu nunca adoptarei medidas adicionais'. Como primeiro-ministro, adoptarei as que forem necessárias para impedir que o programa português não seja bem sucedido", reforçou.
O primeiro-ministro disse ainda uma vez mais não dispor de "nenhum elemento que aponte para um quadro em que o Governo esteja forçado a apresentar novas medidas, pelo contrário", e pediu aos jornalistas que não o obriguem "a dizer isto todos os dias".
Fonte: Jornal de Negócios

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