Caio Koch-Weser, ex-secretário de Estado alemão das Finanças, diz em entrevista ao jornal "The Australian" que Portugal está a sair-se bem melhor com o actual governo. E sublinha as suas relações do país com o Brasil e África.
Portugal está a sair-se muito melhor com este governo – eles estão a fazer as coisas certas”, comentou Kock-Weser, actual vice-chairman do Deutsche Bank.
Segundo este economista, que foi também director executivo do Banco Mundial, “Portugal é uma economia pequena e pouco competitiva, mas está a tentar funcionar com os mercados emergentes”.
“O Brasil está agora a investir em Portugal e os portugueses estão a negociar com África para que esta traga crescimento a esta sociedade do Atlântico, que é pequena mas bastante internacional”, acrescentou Koch-Weser ao “The Australian”.
O vice-chairman do Deutsche Bank fala, nesta entrevista, sobre outros países europeus, e sublinha que no caso da Grécia o problema está na sua capacidade limitada de implementação. “Toda a gente conhece os obstáculos políticos às reformas, mas mesmo institucionalmente eles não sabem como implementar os programas de reformas”, opinou.
Relativamente a Itália, Koch-Weser diz que este país tem, basicamente, um problema de “governance”. “Eles vão demorar bastante tempo a ajustar-se, mas Mario Monti é uma óptima notícia, bem como a sua popularidade. Eles têm substância e competitividade em muitos sectores e subsectores, se bem que tenham perdido parte em prol da indústria chinesa de bens de consumo”.
Quanto aos irlandeses, “são espectaculares”, considera. “São rijos e estão a regressar em força, sem qualquer dúvida. Basta olhar para o actual desempenho das suas contas correntes”.
Já sobre a França, Kock-Weser diz que o país tem inúmeros problemas de competitividade, mas que está, fundamentalmente, sólido.
No geral, não se considera pessimista em relação à Europa. “O que me preocupa é que, obviamente, possa haver acidentes pelo caminho. Sabemos o quão voláteis os mercados globais são. Mas penso que tudo acabará por se resolver”, conclui o alemão Koch-Weser, nascido no Brasil.

Sem comentários:
Enviar um comentário