quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Portugal atrai forte procura e emite 2,5 mil milhões com juro inferior a 5%

Emissão a cinco anos que marca regresso ao mercado de obrigações, depois de quase dois anos de ausência, atraiu mais investidores que a colocação da Irlanda, que pagou um juro menor. Procura permitiu emitir mais do que o previsto e pagar 4,891%.

Portugal financiou-se em 2,5 mil milhões de euros, mais do que os dois mil milhões que se previa que o Estado colocaria na emissão desta quarta-feira, ainda que não houvesse um montante indicativo concreto. Esta operação, que marca o regresso de Portugal aos mercados, atraiu ordens superiores a 12 mil milhões de euros, com uma procura crescente ao longo do período em que o livro de ordens esteve aberto.
O facto de a procura ter superado em cinco vezes o montante que acabou por ser colocado levou a que o IGCP, ao longo do dia, revisse em baixa o custo em várias ocasiões. Inicialmente foi noticiado que Portugal pagaria 410 pontos base acima das taxas de mercado (“mid-swaps”), a meio da manhã passou para 400 pontos e ao início da tarde para os 395 pontos-base.
A taxa de referência a cinco anos é ligeiramente superior a 1%, mas como a emissão foi a quatro anos e nove meses, a taxa de mercado é inferior. O que fez com que a taxa implícita a que foram emitidos os títulos se tenha situado nos 4,891%.
A colocação atraiu mais procura do que a realizada pela Irlanda no dia 8 deste mês, operação à qual foram submetidas ordens de um pouco mais de sete mil milhões. De notar, no entanto, que a Irlanda conta com taxas de mercado inferiores a Portugal e pagou um juro a rondar os 3,35% nessa emissão.
Fonte ligada ao processo disse esta manhã ao Negócios que a maioria das ordens de compra foram provenientes do estrangeiro. É possível que, após a operação, o Ministério das Finanças dê mais pormenores sobre a distribuição geográfica dos investidores que compraram os títulos.
A operação refere-se a uma reabertura de uma linha de obrigações que se vence em Outubro de 2017, que paga um cupão anual de 4,35%.

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