Na sequência da audição do ex-Secretário de Estado das Obras Públicas e do desmentido da empresa KPMG de que os documentos apresentados pelo socialista sejam da sua autoria, a Comissão de Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas ouviu, esta quarta-feira, o Conselho de Administração da Estradas de Portugal.
Na bancada do PSD, e após escutar o Presidente do Conselho de Administração da Estradas de Portugal (EP), Pedro Saraiva mostrou-se admirado pela EP confessar que nas 23 sub-consessões que são analisadas os fluxos de tesouraria sejam negativos até 2028, com saldos negativos anuais acima dos 350 milhões de euros. Segundo o social-democrata, esses fluxos só passam a ser positivos a partir de 2038 e isso talvez explique porque é que o horizonte temporal vai até 2050. “Sabemos lá nós o que será o mundo em 2050”, acrescentou.
“Numa empresa que tem as dificuldades que tem, que tem uma sustentabilidade por criar chocou-me quase haver aqui um orgulho de que fizemos um grande trabalho de renegociação”.
O parlamentar alertou, ainda, para os erros feitos com os fluxos de tesouraria que são especulados para 2050, colocou várias questões relacionados com documentos apresentados pelo ex-Secretário de Estado e quis saber os custos e datas dos vários estudos feitos para a EP.
Na segunda ronda interveio, em nome do PSD, o Vice-Presidente da bancada Luís Menezes. O social-democrata mostrou um vídeo com vários momentos da audição do ex-Secretário de Estado e, de seguida, perguntou aos Administradores das Estradas de Portugal se confirmavam a veracidade e origem de algumas das informações apresentadas pelo socialista. Luís Menezes quis deixar claro que “o deputado Paulo Campos tem tido sobre si o peso que é a carga dos negócios ruinosos que o último Governo socialista fez”.
Por fim, interveio Cláudia Monteiro Aguiar. A deputada mostrou-se convicta de que todos os dados apresentados pelo ex-Secretário de Estado não eram da empresa KPMG. Ao conselho de administração da EP a parlamentar perguntou como é que sem Presidente e sem um modelo de gestão de suporte financeiro, que foi constantemente prometido pelo anterior Governo para Janeiro de 2011, conseguem funcionar e defender os interesses do Estado português e dos contribuintes. A social-democrata quis, ainda, saber qual a participação que o Conselho de Administração da EP teve na renegociação dos contratos das concessões Norte e Grande Lisboa e como comentam o negócio ruinoso que foi essa renegociação em que o Estado não tinha qualquer custo e passou a assumir um custo de 1400 milhões de euros para o erário público.
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