Primeiro-ministro, em reacção às previsões do Banco de Portugal, mantém a expectativa que a economia vai recuperar no próximo ano e que não serão necessárias mais medidas de austeridade. "Se as coisas não correrem tão bem e forem precisas correcções, nós corrigiremos", afirmou Passos Coelho.
Pedro Passos Coelho desvalorizou hoje as previsões do Banco de Portugal, que apontam para a estagnação da economia portuguesa em 2013 e alertou para a necessidade de poderem ser necessárias mais medidas de austeridade.
Considerando que as estimativas inscritas no Boletim de Primavera do Banco de Portugal são semelhantes às do Governo e outras instituições, o primeiro-ministro assinalou que a economia portuguesa “vai sofrer e está a sofrer ao longo deste ano”, mas tal “não se vai prolongar para os próximo anos”.
As estimativas do Banco de Portugal apontam para uma contracção da economia de 3,4% este ano e uma estagnação em 2013.
O primeiro-ministro acredita que a “recuperação será já em 2013” e que a economia irá crescer a um ritmo mais saudável em 2014.
No Boletim de Primavera o Banco de Portugal alerta que pode ser necessário adoptar mais medidas de austeridade. Questionado pelos jornalistas sobre esta questão, Passos Coelho repetiu o que ontem já tinha dito na entrevista à TVI.
O Governo está “comprometido” com o cumprimento do défice para este ano, mas “não temos nenhuma razão” para colocar aos portugueses o anúncio de novas medidas de austeridade.
E se as coisas não correrem como o Governo espera? “Se muitas coisas forem diferentes a nossa resposta será também diferente”, respondeu Passos Coelho, insistindo que nesta altura não há razões para colocar em cima da mesa outras opções.
Lembrou que se o Governo pretendesse implementar mais medidas de austeridade já o teria feito no Rectificativo que foi hoje aprovado e tal não aconteceu. Se nesta altura o Governo considerasse que seriam necessárias mais medidas de austeridade o “rectificativo previa novas medidas e não prevê”.
Perante as insistências dos jornalistas, sobre o que fará o Governo se a economia derrapar mais e a consolidação orçamental não atingir os objectivos, Passos Coelho afirmou que “se as coisas não correrem tão bem e forem precisas correcções, nós corrigiremos. Mas não vou estar a anunciar medidas só por pura precaução”.
Passos Coelho desvalorizou ainda o facto de várias previsões apontarem para um cenário mais negro do que o perspectivado pelo Governo. “Previsões são previsões. Há as que têm uma diferença muito grande” face às previsões do Executivo, mas a do Banco de Portugal “não se afastam muito” da do Governo, nem do FMI e Comissão Europeia.
O primeiro-ministro reconheceu que a recuperação da economia portuguesa estará dependente do desempenho das empresas e das exportações. “Isso é uma boa notícia”, disse Passos Coelho, lembrando que as previsões para as exportações em 2011 também eram mais adversas e depois superaram o previsto. O Banco de Portugal estima um forte abrandamento das exportações em 2012, com o crescimento a descer para 2,7% este ano, contra o aumento de 7,4% verificado em 2011.
Passos Coelho concluiu que “as previsões do Banco de Portugal não são muito distintas daquilo que o governo fez” e reconheceu que “vamos ter um ano difícil”, pelo que o Governo vai prestar “uma atenção muito importante à execução orçamental” e adoptar políticas activas na área de criação de emprego.
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