“Joias em Rendas de Bilros de Vila do Conde” é um projeto com dois anos, criado por Fernando Barroso em colaboração com o Museu das Rendas de Bilros e financiado pelo grupo Barroso & Companhia.
A Renda sempre foi utilizada como adorno de luxo, afirmando-se, ao longo dos tempos, como um dos mais expressivos ex-libris da cidade. Vila do Conde é, atualmente, o centro produtor de rendas de bilros mais importante do país, quer pela qualidade dos trabalhos, pelos prestigiados prémios recebidos ao longo dos tempos, quer pelo número de pessoas que envolve. Hoje, novos caminhos se abrem. Preservando o passado, utilizam-se novos materiais, buscam-se novas aplicações até atingir o expoente máximo do artefacto: a Joia.
Ao longo destes dois anos foi possível atingir o objetivo de uma coleção de joias para um público diversificado, permitindo estar presente em mostras por todo o país e desta feita numa exposição/mostra no Teatro Municipal de Vila do Conde. Uma vez que grande parte da coleção já se encontra vendida a nível nacional e internacional, e outra faz parte do Museu da Presidência da República.
Joias em Rendas de Bilros, peças únicas de “insustentável leveza”.
RENDAS DE BILROS
Tudo leva a crer que a origem das nossas Rendas de Bilros se encontra nas relações
diplomáticas e comerciais persistentes, que Portugal manteve, a partir do século XVI com a Flandres, a França, a Inglaterra, embora senão deva por de lado a hipótese dessa atividade ser uma consequência das relações com a Galiza, onde houve, desde muito cedo, importantes centros produtores de rendas de bilros. O primeiro documento conhecido, que faz uma referência explícita às rendas portuguesas, é a pragmática de D. Sebastião, de 1560.
A arte da renda permaneceu durante bastante tempo, resguardada nos conventos de freiras
que a praticavam para produzir as peças necessárias à pompa das cerimónias litúrgicas e à opulência das vestes de prelados e abades.
A moldura que enquadra a emergência do centro rendeiro de Vila do Conde, que o mantem e o sustenta até ao início do século passado, é uma moldura europeia. É numa Europa dividida por todo o tipo de fronteiras (politicas, económicas, religiosas), numa Europa quantas vezes dilacerada por guerras, numa Europa de caminhos difíceis, que apesar de tudo, os movimentos culturais e artísticos percorrem de lés a lés, plenos de força e da inevitável liberdade de um vento, que a todos atinge e envolve.
No início do século XVI as rendas são feitas sobretudo de seda, ouro e prata resultando deste facto a sua extrema raridade. De facto, enquanto a seda é um material muito frágil, que facilmente se degrada, o ouro e a prata dessas primitivas rendas era reaproveitado. As rendas descosiam-se e os metais preciosos que as constituíam eram fundidos para se voltar a utilizar. Instalado em 1991 na Casa do Vinhal, típico solar urbano do século XVIII, o Museu veio criar uma dinâmica em torno das Rendas de Bilros, nomeadamente na sua divulgação.
O edifício mantém ancestrais ligações às Rendas de Bilros, pois nele se sediou e funcionou a Escola de Rendas.
A coleção do Museu das Rendas de Bilros é composta por todo o tipo de instrumentos e
materiais utilizados na produção das Rendas de Bilros. Do acervo do Museu fazem parte belos exemplares de Rendas de Bilros, desenhos e piques, bilros e almofadas e documentos vários.
Merece ainda referência a coleção de bilros e almofadas estrangeiras, testemunho dos
sucessivos contactos com centros produtores além-fronteiras.
A exposição permanente do Museu para além de apresentar a tradicional renda vilacondense, expõe, simultaneamente, várias rendas contemporâneas, fruto de um conjunto de atividades desenvolvidas com outros centros produtores de rendas na Europa, bem como inúmeros trabalhos concebidos por estilistas nacionais.
Prémios atribuídos às rendilheiras no âmbito nacional com trabalhos em renda de Bilros:
1992 – 1º Prémio Nacional de Artesanato “ Pano do Sol” – Maria da Guia Ferreira Monteiro
1999 - 1º Prémio Nacional de Artesanato “ Azulejos” – Maria da Guia Ferreira Monteiro
2001 – Menção Honrosa – “ Cortinas de Sacrário” - Maria da Guia Ferreira Monteiro
2009 - Menção Honrosa – “Presépio” – Ester Maria Barros da Costa
2011 - 1º Prémio Nacional de Artesanato “Toalha Primavera” – Ester Maria Barros da Costa e Maria Alice Veiga Correia
Fonte: Câmara Municipal de Vila do Conde
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